Deixei de lado os pretéritos e escolhi voltar ao presente para falar do passado, para coreografar a grande roda. Cato algumas tachinhas de ferro e perfuro o bloco na tentativa de grafar um trajeto. Escurece e não posso mais ler minhas anotações. No entanto, a única luz, a da tela, ilumina meu rosto tal qual um holofote e não abro mão deste prazer por nenhuma letra ou item sequer que me guie. Vou assim, tateando as teclas e formando palavras no breu, só guiada pela cena que eu mesma indico aqui, no instante-já e neste feixe de luz que me põe no palco. Recorro ao monólogo para lembrar-lhes como cheguei aqui. Preciso do ato, da narração em ato para organizar essa montanha de post-its que agora estão escuros na mesa.
Começo pelo retorno, mas levanto um pouco para deitar-me e relembrar a partida. É domingo e nada é tão veloz assim num domingo.